segunda-feira, 28 de julho de 2014

Rubem Alves



Dia 19 de julho faleceu meu escritor favorito. Eu tinha orgulho ao ler seus livros e pensar que aquela pessoa, com quem eu compartilhava tantas ideias, estava vivo andando por aí. Como eu. Sofri como se fosse alguém da minha família. Eu tinha um imenso carinho por ele. Ele disse muitas coisas que eu gostaria de ter dito. Além do mais, ele era velhinho como meu pai, a quem tanto amo.
No país da bunda, Rubem Alves pregava a educação, e no entanto, nunca o vi criticando nada disso. Mas ele apenas pregava isso: a cultura. Será que por isso foi lembrado algumas vezes como autor de "auto-ajuda"? Ele era um maravilhoso cronista do cotidiano. Escrevia sobre a alma. Escrevia sobre o coração. Sentimentos. Dor. Sobre ver a beleza em qualquer tempo e lugar. Estou de luto. Meu coração está profundamente triste.
Ele deixou muitos órfãos. Constatei isso nas redes sociais.  Cada um de nós, seus leitores, sentia-se íntimo dele. E cada um de nós sentiu essa perda muito profundamente.
Li uma passagem de um ex- pastor - a quem sempre respeitei - dizendo que ele era uma pessoa amarga...quem é essa pessoa para falar de Rubem Alves, se com ele também aprendi sobre a boa vontade de enxergar a doçura da vida? A doçura de ouvir a palavra guarda -comidas e isso desencadear sentimentos mais ocultos, a doçura de aprender a amar os ipês amarelos, a doçura de aprender a comer morangos mesmo estando à beira do precipício? Essa pessoa não conheceu Rubem Alves. Quem o leu conheceu sua obra. Quem o leu o conheceu intimamente.
Ele pediu que suas cinzas fossem jogadas aos pés de um ipê. Sua vontade foi atendida.
Descanse em paz, Maestro.

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